Pensamentos

Durante o ano de 2008, tive a oportunidade de trabalhar para o IBGE. Fazia pesquisas em diversos lugares da zona oeste da Grande São Paulo. No mesmo período, cursava o Técnico em Design Gráfico. Foi quando iniciei, como um trabalho para um curso sobre fotografia. O trabalho era sobre um discurso imagético a ser desenvolvido com fotos autorais.
Juntando a oportunidade do trabalho, com o curso, comecei a fotografar pelos lugares que passava. Aquilo que parecia um simples trabalho, me levou a um incontável número de flagras da vida das pessoas que eu encontrava, nos lugares por onde passava.
E aquilo que mais me chamou a atenção foram as crianças, esses pequenos homens que me mostraram que não importa onde vivemos, ou a situação em que nos encontramos. Sempre existe um mundo de magia e entretenimento, no qual podemos penetrar e dentro do qual as tristezas e estresses não podem apagar a oportunidade de sorrir, de olhar para o mundo e, com um brilho nos olhos, proclamar o maravilhoso milagre da vida e da existência.
Compartilho com vocês algumas dessas fotos, e um texto, de minha autoria, escrito durante essa minha fase.






Aqui nesse antigo mundo novo,
Sempre tão distante e tão perto,
Recebi um novo óculos.
Ou será que me foram tirados aqueles que me iludiam?


Aqui nesse mundo, tão realidade e tão mentira,
Observei grandes protagonistas de uma mágica e eterna dança.
Eles estavam conversando, talvez decidissem nosso futuro
Corriam apressados em busca do tempo perdido.
Alguns eram conduzidos por seus mestres
Ou seriam seus aprendizes?



Corriam pra fantasia,
Andavam acompanhando os companheiros de jornada
Pedalavam com o aprendizado.
E paravam para observar aquela pedrinha descer a ladeira
Algumas arrumavam o cabelo,
Como que posicionando um infinito véu.


Vi soldados com suas mochilas,
Apetrechos e até armas.
De uniforme, emparelhados, formando uma muralha,
Desafiavam seu inimigo!
Sua arma? Um objeto preto e branco
Rolando feito louco
Com seis, oito, dez ou até vinte e dois perseguidores


Vi domadores de feras,
Conduzindo criaturas fantásticas;
Caminhavam lado a lado
Como um rei e seu fiel guardião.


“Não tira foto de mim!” me disse um deles
Outra fez até pose, como num desfile, cheia de glamour;
Uns me olhavam curiosos,
Outros simplesmente sorriam.
Eles mostravam seus truques, plantavam bananeiras
Rodavam “diabolôs” e os jogavam pra cima a fim de pegá-los
Às vezes, os derrubavam no chão
Provocando risos e expressões de felicidade.


Mas o importante era estarem sempre ali,
Bem perto de seu curioso observador.
Numa rápida passagem
Ou num longo desfile entre aplausos mudos.
Alguns apareciam tímidos,
Perdidos, mas nem tanto, no mundo a eles imposto.
Mundo
Que aprenderam a fazer seu lar.

Quero voltar a ser criança,
Quero me divertir novamente;
Quero voltar a ver o mundo ao meu redor
Como cenário de uma grande brincadeira.


Mas esse tempo passou,
Feliz de quem o aproveitou.